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Maconha e impotência sexual: Saiba quais são seus efeitos na relação sexual segundo os mais recentes artigos científicos e tire suas dúvidas.

Durante séculos, várias afirmações contraditórias sobre o uso da maconha e o sexo foram acumuladas.

Pelo fato da planta conter substâncias psicoativas, especialmente o THC, tais rumores ganharam força.

Afinal, o uso da maconha favorece a impotência sexual ou estimula o prazer e frequência da relação?

Muitos países ainda proíbem a maconha para que a ciência responda esses questionamentos.

No entanto, 31 estados dos Estados Unidos e o Distrito de Columbia legalizaram a recentemente a maconha medicinal, enquanto 9 estados também legalizaram o uso recreativo.

Por isso, nos últimos anos tivemos mais pesquisas sobre Cannabis, inclusive sobre seu impacto na relação sexual. Confira a seguir os estudos mais recentes e o que eles dizem sobre a maconha e a impotência sexual:

A teoria por trás da relação entre o uso da maconha e impotência sexual

A Impotência sexual, ou brocha, é a dificuldade em ter ou manter uma ereção do pênis. Não há evidências suficientes para vincular o uso de maconha com a impotência sexual, muito embora há algumas teorias por trás disso.

O efeito de relaxamento causado pela maconha pode estar relacionado com a sugestão de que seu uso causa impotência sexual.

Isso porque, os receptores canabinóides estão presentes no tecido muscular liso do pênis.  Assim, a teoria é que o THC prejudique a ereção.

Alguns dos efeitos colaterais da droga, como complicações cardiovasculares, poderiam também aumentar o risco de disfunção erétil.

Outro fator que leva à essa sugestão é que fumar cigarro, comprovado em vários estudos científicos, prejudica a ereção, já que o tabaco restringe o fluxo sanguíneo para as veias e artérias. Dessa maneira, muitos relacionam esse fato com o de fumar maconha.

Mas, o que a ciência recente diz? Veja a seguir 7 estudos e o posicionamento de uma entidade dos Estados Unidos sobre a questão.

Associação entre uso de maconha e frequência sexual –  Novembro de 2017

Neste estudo publicado no Journal of Sexual Medicine o objetivo foi esclarecer se há uma relação entre o uso da maconha e a frequência sexual em homens e mulheres em idade reprodutiva.

A análise representou 28.176 mulheres e 22.943 homens em todo os Estados Unidos. Para isso, foi feito um questionário através do Centro de Controle de Doenças (CDC) do país.

A ampla e abrangente pesquisa do CDC é frequentemente utilizada por pesquisadores para análises mais específicas como essa.

O trabalho foi realizado por Dr. Michael L. Eisenberg e Dr. Andrew J. Sun, os quais são filiados ao Departamento de Urologia da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Os resultados indicaram que o uso de maconha não prejudica a vida sexual dos usuários. Pelo contrário, em todos os grupos (gêneros e faixa etária) relataram ter 20% mais sexo do que aqueles que nunca usaram maconha.

Especificamente sobre o sexo masculino, o estudo trouxe implicações clínicas que a cannabis não prejudica a função sexual tanto quanto o álcool.

Além disso, não há contra-indicações de misturar maconha com outras drogas para melhorar o desempenho sexual, como o Viagra ou o Cialis, ao contrário do álcool.

Uso da maconha e alteração do DNA em esperma – Dezembro de 2018

Em trabalho feito nos Estados Unidos, o uso de cannabis foi associado a uma concentração significativamente menor de espermatozoides em ratos e humanos.

No entanto, o estudo possui algumas limitações, especialmente a pequena quantidade de pessoas em que ela foi aplicada. Foram apenas 24 homens entre 18 a 40 anos de idade que participaram do trabalho.

Os pesquisadores fizeram um teste de urina para certificar que os participantes não usaram drogas, nem mesmo tabaco, recentemente. No entanto, isso mostra que eles não consideraram o estilo de vida dessas pessoas, o qual pode também alterar o DNA.O consumo anterior de outras drogas lícitas ou ilícitas, dieta, qualidade do sono, e outros, são fatores fundamentais para o DNA do esperma, o que acrescenta mais uma limitação à pesquisa.

Uso da maconha e tratamento para disfunção erétil – Janeiro de 2017

Pode até parecer ironia com o que já apresentamos aqui, mas pesquisas de 2017 sugerem que há ligação positiva entre a maconha medicinal e o tratamento da impotência sexual.

Os pesquisadores fizeram uma revisão dos conhecimentos atuais disponíveis sobre canabinóides de diversos tipos com relação à modulação de vários aspectos da sexualidade em estudos pré-clínicos em humanos.

Eles destacaram seu potencial terapêutico, sugerindo que é possível resolver disfunções sexuais ao se introduzir o tetrahidrocanabinol (THC) ao sistema endocanabinóide (ECS) do corpo.Em alguns países, como alguns estados dos Estados Unidos, é possível até mesmo encontrar um médico qualificado de cannabis medicinal e criar um plano de tratamento para impotência.

Fatores de estilo de vida e a disfunção sexual – Abril de 2018

Em trabalho de pesquisa bibliográfica abrangente, com 10 bancos de dados eletrônicos, e 89 estudos científicos, procurou relações entre o estilo de vida e disfunções sexuais.

Os pesquisadores buscaram relações entre 6 fatores de estilo de vida relacionados à saúde (tabagismo, ingestão de álcool, atividade física, dieta, cafeína e uso de maconha) e 3 disfunções sexuais comuns (disfunção erétil, ejaculação precoce e disfunção sexual feminina).

Os resultados foram que o risco de disfunção erétil aumentou com o maior consumo de cigarros e diminuiu com maior atividade física.

Já sobre a ingestão de álcool é sugerido que, quando moderada, há menor risco de disfunção erétil.

No entanto, eles não encontraram evidências suficientes para tirar conclusões sobre o uso da maconha e a impotência sexual.

Uso de substância psicoativas e problemas de ereção – Dezembro de 2016

O estudo feito na Turquia teve como objetivo determinar o efeito do uso de diversas substâncias na impotência sexual.

Para isso, os pesquisadores aplicaram o questionário internacional de Índice de Função Erétil (IIEF). Este questionário (você pode conferi-lo aqui) engloba perguntas sobre problemas de ereção nas últimas quatro semanas dos indivíduos.

Os homens usuários dessas substâncias (101, no total) foram analisados em relação ao grupo de voluntários ​​não usuários com idade semelhante (43 homens).

Não houve diferença nas funções sexuais para usuários de álcool e cannabis em relação ao grupo controle. Já nos usuários de opioides e ecstasy houveram maiores indícios de disfunção sexual.

A relação entre o uso de maconha antes do sexo e a função sexual em mulheres – Janeiro e Junho de 2017

Embora não seja especificamente sobre a impotência sexual masculina, não tem como deixar as mulheres de fora de um assunto que importa tanto para ambos os sexos.

Em pesquisa feita na Universidade de St. Louis, no Missouri, entrevistaram 133 mulheres adultas durante os exames anuais de ginecologia.

Trinta e oito (29%) relataram ter usado maconha pouco antes do sexo do parceiro. Desse grupo, 16% disseram que o uso prejudicou o sexo, outros 16% não expressaram opinião. No entanto, a maioria de 68% relataram vida sexual mais prazerosa.

Em seguida, a mesma equipe, agora em outro trabalho,  entrevistou um grupo maior, 289 mulheres adultas, durante os exames de ginecologia.

É importante ressaltar que os participantes do estudo eram demograficamente semelhantes, sem diferenças significativas na saúde geral, libido, função sexual, orgasmo ou satisfação sexual.

Com a amostra maior, os resultados foram semelhantes com o primeiro estudo, com 65% considerando melhorar o sexo com o uso da maconha. Apenas 23% disseram que não fazia diferença e 9% não expressaram opinião.

Posição do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos

Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) analisou estudos observando que usar maconha faz o coração bater mais rápido e também pode levar a um aumento do risco de derrame e doença cardíaca.

Assim, uma pessoa que fuma maconha têm maior probabilidade de experimentar esses efeitos, e ambos colocam uma pessoa em risco de disfunção erétil.

Entretanto, a maioria dos estudos científicos que ligam a maconha a ataques cardíacos e derrames são baseados em relatos de pessoas que a fumaram.

A maconha fumada entrega THC e outros canabinóides ao corpo, mas também fornece substâncias prejudiciais aos usuários, incluindo muitas das mesmas substâncias encontradas na fumaça do tabaco.

São justamente estas que são prejudiciais aos pulmões e ao sistema cardiovascular.

Por isso, é difícil separar os efeitos dos compostos da maconha no sistema cardiovascular dos perigos impostos pelos irritantes e outros produtos químicos contidos na fumaça.

O CDC ainda afirma que mais pesquisas são necessárias para entender o impacto total do uso de maconha no sistema circulatório.

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